sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

O PINTOR EXPRESSIONISTA

MICHAEL BARKETT
1926-2004

O PINTOR EXPRESSIONISTA


Conhecemos, nas nossas lides artísticas, há alguns anos, o artista Michael Barrett. Dialogámos, vezes sem conta, quando nos encontrávamos nas tertúlias culturais, nas exposições de arte, nos encontros de amigos. O tema que estruturava a conversa, era, naturalmente, as artes plásticas. E, foi sempre um tema inacabado, porque a arte não se esgota, antes se cria e recria em todos os momentos de criatividade dos artistas.
Por isso, a arte de Barrett identificou-o e perpetuou-o.
A exposição presente na Casa Municipal da Cultura, por iniciativa do Departamento Cultural da Autarquia, pretende e objectiva delinear um percurso e homenagear o seu autor. É uma exposição retrospectiva, logo concorre para provocar reflexão e aferir da herança artística deixada pelo pintor. Retrospectiva que implica meditação sobre a obra em presença e análise do caminho percorrido peio artista, suas implicações, suas características, qual a dimensão estética, social, técnica, cultural, pedagógica e crítica nela inserta.
Michael Barrett apropriou-se, na generalidade, da figura humana, como suporte efectivo da sua imaginação. Os seus trabalhos expressam fulgurância, movimento, cromatismo atraente, apuramento técnico de muitos anos de experiência e de estudo profundo e constante. As suas obras desenham um festival de cor e de criatividade, numa apoteose às artes plásticas, expressamente à pintura.
A sua pintura identifica um artista conhecedor da gramática pictórica, do quotidiano da vida, da sociedade em que se movimentou. Interiorizando o mundo que observava, transportou esse olhar penetrante para o seu "ego", elaborando planos, construindo projectos e divulgando mensagens plenas de beleza e racionalidade, materializadas nas composições maravilhosas que honram, hoje, a sua memória.
Em todos os momentos pintados, que são autênticos monumentos artísticos, Barrett exprime uma força incontrolável, responsabilizando valores e consolidando uma fecunda imaginação criadora. Há a acutilância da pesquisa, porque a expressividade demonstrada na sua obra, informa da alegria do acto criativo e da subtileza intelectual que se projectam na vivência da superfície pintada.
Neste entendimento, penso que a retrospectiva/homenagem a Barrett perfila uma atitude de justiça e proclama, aos quatro ventos, a assunção de um artista que se assumiu, ao longo da sua carreira, como pintor expressionista.

Coimbra, 9 de Outubro de 2004
Mário Nunes

Vereador da Cultura

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Michael Barrett, Um Génio Marginal