MICHAEL BARKETT
1926-2004
O PINTOR EXPRESSIONISTA
Conhecemos, nas nossas lides artísticas, há alguns anos, o
artista Michael Barrett. Dialogámos, vezes sem conta, quando nos encontrávamos
nas tertúlias culturais, nas exposições de arte, nos encontros de amigos. O
tema que estruturava a conversa, era, naturalmente, as artes plásticas. E, foi
sempre um tema inacabado, porque a arte não se esgota, antes se cria e recria em
todos os momentos de criatividade dos artistas.
Por isso, a arte de Barrett identificou-o e perpetuou-o.
A exposição presente na Casa Municipal da Cultura, por
iniciativa do Departamento Cultural da Autarquia, pretende e objectiva delinear
um percurso e homenagear o seu autor. É uma exposição retrospectiva, logo
concorre para provocar reflexão e aferir da herança artística deixada pelo
pintor. Retrospectiva que implica meditação sobre a obra em presença e análise
do caminho percorrido peio artista, suas implicações, suas características,
qual a dimensão estética, social, técnica, cultural, pedagógica e crítica nela
inserta.
Michael Barrett apropriou-se, na generalidade, da figura
humana, como suporte efectivo da sua imaginação. Os seus trabalhos expressam fulgurância,
movimento, cromatismo atraente, apuramento técnico de muitos anos de
experiência e de estudo profundo e constante. As suas obras desenham um
festival de cor e de criatividade, numa apoteose às artes plásticas,
expressamente à pintura.
A sua pintura identifica um artista conhecedor da gramática
pictórica, do quotidiano da vida, da sociedade em que se movimentou.
Interiorizando o mundo que observava, transportou esse olhar penetrante para o
seu "ego", elaborando planos, construindo projectos e divulgando
mensagens plenas de beleza e racionalidade, materializadas nas composições
maravilhosas que honram, hoje, a sua memória.
Em todos os momentos pintados, que são autênticos monumentos
artísticos, Barrett exprime uma força incontrolável, responsabilizando valores
e consolidando uma fecunda imaginação criadora. Há a acutilância da pesquisa,
porque a expressividade demonstrada na sua obra, informa da alegria do acto
criativo e da subtileza intelectual que se projectam na vivência da superfície
pintada.
Neste entendimento, penso que a retrospectiva/homenagem a
Barrett perfila uma atitude de justiça e proclama, aos quatro ventos, a
assunção de um artista que se assumiu, ao longo da sua carreira, como pintor
expressionista.
Coimbra, 9 de Outubro
de 2004
Mário Nunes
Vereador da Cultura
Sem comentários:
Enviar um comentário